A geografia está em toda parte...

“A idéia de aplicar à paisagem humana algumas das habilidades interpretativas que dispomos ao estudar um romance, um poema, um filme ou um quadro, de tratá-la como uma expressão humana intencional composta de muitas camadas de significados, é claramente estranha para nós. Entretanto, isto é o que me proponho a explorar, sugerindo maneiras de tratar a geografia como uma humanidade e como uma ciência social.”
(DenisCosgrove)


"Os esportes vêm adquirindo magnitude crescente na atualidade, despertando a atenção de diversos ramos da produção científica. A geografia, movida por suas transformações recentes, começa a se debruçar sobre este rico e vasto campo de investigação, disposta a tentar oferecer uma contribuição e um "olhar" peculiar."
(Gilmar Mascarenhas de Jesus )



A geografia está nos Gramados

Nesse contexto vamos apresentar uma série de textos e curiosidades, a partir de um olhar crítico geográfico, sobre a influência mútua do futebol sobre a população mundial, desde a modificação do espaço e atribuição de determinados sentidos a eles, às diferentes relações entre os indivíduos envolvidos com tal prática esportiva e os desdobramentos políticos e sociais que este acarreta.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A Globalização do Futebol


A ascensão e expansão do futebol em âmbito global – até conquistar a última fronteira, a Ásia - ocorreu ao longo de todo seu desenvolvimento, no século XX, junto aos diversos países que o albergavam, em decorrência da influência econômica e social dos ingleses.
Com efeito, o que antes era tido como esporte de elite burguês, nas últimas décadas do século passado e na presente, agora se mostra permeável e susceptível às inferências da globalização e sua transposição de conceitos e critérios exclusivistas.
A fase atual, de incerteza, está marcada pela instabilidade das relações internacionais entre os demais pontos de referência básicos das etapas anteriores. Jogadores convertidos em estrelas de brilho internacional; técnicos, executivos e agentes com apelo midiático global; clubes com marca de reputação internacional vérsus seleções nacionais abaladas por falta de coesão e identidade nacional como outrora; multiplicidade de atores e instituições que tentam comandar a política e a administração do futebol no mundo: eis o panorama atual.
"Rodrigo Barp"

A Globalização Também se dá Dentro de Campo

A glabalização nos gramados se faz cada vez mais presente em grandes times te todo o mundo, a exemplo temos as equipes, Inter de Milão (Football Club Internazionale Milano),e o Arsenal (Arsenal Football Club), que chegam as vezes a jogar sem nenhum atleta da mesma nascionalidade do clube, italiano no caso do Inter e inglês no caso do Arsenal, coincidência ou não as seleções desses países vem enfrentado dificuldades de renovação de jogadores, fato este que as prejudicaram nas ultimas competições.

O Capitalismo do Futebol

Os campeonatos europeus de futebol, as competições entre seleções dentre elas a copa do mundo são as maiores provas de que o capitalismo é cada vez mais forte e presente neste esporte, as vésperas da copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos no Rio em 2016, o pensamento de todos inclusive da FIFA (Fédération Internationale de Football Association), são somente preocupações voltadas para os lucros que são e serão gerados pelos grandes eventos.
Dados comprovam que o lucro da FIFA com a copa da África do Sul foi 50% maior que o da Alemanha, outros dados dizem que a copa de 2014 terá como comsequência um lucro até 70% superior ao da copa de 2010, lucro esse destinado aos cófres da entidade máxima do futebol.

Orgulho Nacional VS O Poderio Econômico



" El Súper Clásico" é assim que é chamado o maior clássico do futebol mexicano entre Chivas Guadalajara (Club Deportivo Guadalajara)e América do México (Club de Futbol América), respectivamente estamos falando da segunda de da terceira maior torcida do mundo.
O Chivas tem aproximadamente 30 milhões de torcedores espalhados por todo o México, o time representa o orgulho nacional pois não aceita jogadores estrangeiros e segue o caminho contrário do futebol do país que é "abarrotado" de jogadores de outros países devido ao forte poderio econômico dos clubes, e o maior exemplo disso é o América segundo time mais popular do país com quase 24 milhões de torcedores; os Aguilas como são chamados representam o imperialismo e o poderio econômico não é atoa que o time tem como dono a televisa gigante do setor de mídia do país.

Identidade Regional Vs Imperialismo

O maior clássico da Espanha, conhecido também como "el Superclasico" e que envolve as equipes do Real Madrid (Real Madrid Club de Fútbol) e do Barcelona (Futbol Club Barcelona).
A rivalidade entre estes clubes transcende os campos futebolísticos, dado o Real Madrid CF representar psicologicamente a realeza e o poder centralizador de Madrid e o FC Barcelona representar a cultura, o povo catalão e o seu desejo de autodeterminação, com todas as variáveis que pode haver nesse desejo. Daí a intensidade desta rivalidade, pois diferente da maioria dos países onde os principais clássicos envolvem clubes da mesma cidade, a rivalidade deste clássico envolve filosofias de entendimento políticas distintas e contrárias, e talvez por isto, seja o clássico de maior rivalidade da Europa.
Ambos os clubes se odeiam mais do que aos rivais citadianos - o Atlético de Madrid no caso do Real Madrid e o Espanyol quando se trata do FC Barcelona.

A Religiosidade é a Causa da Maior Rivalidade do Futebol Mundial



Celtic (Celtic Football Club) vs Rangers(Rangers Football Club), não se trata de uma "simples" rivalidade esportiva. São duas equipes da mesma cidade escocêsa chamada Glasgow os dois mais vitoriosos de seu país, são muito parecidos não achão? A resposta é não, pois um representa a maioria britânica protestante (Rangers) e o outro representa a minoria imigrante irlandesa católica (Celtic).
Os louros de cada um: o Rangers é o maior campeão nacional com mais de 50 títulos do campeonato escocês, já o Celtic se orgulha de ser o primeiro time britânico e único escocês a ser campeão da Champions Leage numa memorável final contra a Inter de Milão.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Mesmo lugar e com dois nomes?


O estádio Giuseppe Meazza, também conhecido como San Siro, situa-se na cidade de Milão, na Itália. Neste estádio jogam dois dos maiores clubes do futebol italiano, a Internazionale (Football Club Internazionale Milano)e o Milan (Associazione Calcio Milan), e durante alguns anos foi o maior estádio do mundo.
O estádio começou a ser construído em 1925, sendo inaugurado em 19 de Setembro de 1926 com o jogo Internazionale 6 x 3 Milan, no distrito de San Siro, daí o nome do estádio. O custo da obra na época foi de cerca de 5 milhões de libras, o equivalente a 3,5 bilhões de euros hoje.
Durante anos era o estádio do Milan. Só mais tarde, em 1947, a Internazionale começou a jogar no estádio. No dia 03 de março de 1980, o estádio foi rebatizado oficialmente como Giuseppe Meazza em homenagem a um jogador, ídolo das duas torcidas, morto um ano antes.

Quando Histórias de Vida se Tornam paixões Nacionais

FC Gelsenkirchen-Schalke 04 é um clube de futebol alemão, sediado na cidade de Gelsenkirchen, no populoso Vale do Ruhr, fundado em 4 de Maio de 1904. O clube tem a fama de ser o clube de maior torcida da Alemanha, tendo atingido na Temporada 2004-2005 uma média de público de 61.387 espectadores em um estádio onde cabem 61.481. Esta média só foi superada pelo seu grande rival, o Borussia Dortmund, que chegou a alcançar uma média de 77.264 espectadores por partida.
Um dos motivos da popularidade do Schalke, é que no passado muitos de seus jogadores eram também mineiros, numa cidade em que esta atividade econômica foi muito importante e fundamental no seu desenvolvimento. Ainda nos dias atuais, os jogadores do Schalke fazem visitas as profundezas das minas, como forma de manter a proximidade com a história do clube e com seus torcedores.
A história do Schalke 04 faz com que ele seja admirado em todo o país o tornando o time de maior torcida nacional mesmo sendo de uma cidade com população de 275 mil habitantes, além de terem equipes com muito mais títulos e de cidades muito maiores como o Bayer de Munique (FC Bayern Munich), uma das maiores provas de que no futebol não há lógica.

Os Rótulos no Futebol Brasileiro


Dizer que todo flamenguista e corinthianos são negros ou pobres e favelados, que todo botafoquense é velho ou que todo tricolor é intelectual. Até que ponto isso é verídico ou não tem nada a ver?
Todos os times tem torcidas em todas as camadas sociais da população, não só no Brasil como no mundo todo, essa necessidade de se rotular uma equipe ou um torcedor faz parte da cultura futebolistica mas não é necessariamente verídica, o que se percebe é uma coisa entre os próprios torcedores, que de certa forma a imprensa acaba contribuindo para essa rotulação feita.
Talvez uma torcida de um modo em geral pode ser considerada mais fanática que a outra como é o caso dos grades times de Belo Horizonte, onde dizem que a "Massa atleticana", é mais fanática que a "torcida celeste" talvez este fato possa ser comprovado pela presença de publico nos estádios, mas dai a dizer que não existe um cruzeirense tão fanático quanto alguns atleticanos é pura bobagem, tudo isso faz parte da cutura futebolistica de se rotular os torcedores e o futebol de um modo em geral.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Os camisas negras -Luta contra o Racismo

Em 1917, o Vasco já estava na segunda divisão, mas ainda não preocupava os grandes e famosos Flamengo, Fluminense, Botafogo e América, entre outros. Só começou a apavorar os adversários quando conquistou, de maneira espetacular e por antecipação, o título carioca da primeira divisão de 1923. Unidos contra o campeão, os derrotados criaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA) e não convidariam o Vasco da Gama para o ano seguinte ao menos que retirase 12 jogadores do time, acusando-o de ter negros, analfabetos e profissionais entre eles.
Em protesto a essa covardia a direção do clube na época abriu mão de estar entre os ditos grades e se associar a AMEA, por não achar justo essa politica racista e preconceituosa onde sabe la por que diferenciava os jogadoores do Clube com os demais.


Carta de desistência de participar do Carioca de 1924 enviada pelo Vasco ao Dr. Arnaldo Guinle M. D., Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA):

As resoluções divulgadas hoje pela imprensa, tomadas em reunião de ontem pelos altos poderes da Associação a que V.Exa tão dignamente preside, colocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal situação de inferioridade, que absolutamente não pode ser justificada bem pela deficiência do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande número de nossos associados. Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da AMEA e a forma que será exercido o direito de discussão e voto, e feitas as futuras classificações, obrigaram-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções. Quanto à condição de eliminarmos 12 dos nossos jogadores das nossas equipes, resolve por unanimidade a diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama não a dever aceitar; por não se conformar com o processo por que foi feita a investigação das posições sociais desses nossos consórcios, investigações levadas a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa. Estamos certos que V.Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte sacrificar ao desejo de filiar-se à AMEA alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias a do campeonato de futebol da cidade do Rio de Janeiro de 1923. São esses 12 jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de sua carreira e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles, com tanta galhardia, cobriram de glórias. Nestes termos, sentimos ter que comunicar que a V.Exa. que desistimos de fazer parte da AMEA. Queria V.Exa. aceitar os protestos de consideração e estima de quem tem a honra de se subscrever. Obrigado,

Dr. José Augusto Prestes

O hino dos Camisas Negras

Eu vou torcer
Aqui eu ergui meu templo para vencer
Eu já lutei por negros e operários
Te enfrentei, venci, fiz São Januário
Camisas Negras que guardo na memória
Glórias, lutas, vitórias
Esta é minha história
Que honra ser
saiba eu sou vascaíno, muito prazer
Jamais terás a cruz, este é o meu batismo
Eu tive que lutar contra o teu racismo
Veja como é grande meu sentimento
E por amor ergui este monumento